No texto anterior, um velho resolve dispor da própria vida numa noite fria, escura e tempestuosa depois de confrontar seus sonhos com a realidade que vive. É um texto amargo e não tem graça nenhuma.
Mas depois da tempestade vem a bonança!
_Ou a enchente, disse o pessimista!
_Suma daqui, ô uruca! Hoje só queremos saber de otimismo, diversão e alegria.
_ É! Disse outro. E para celebrar a alegria nada melhor que uma boa anedota de Português!
_Mas o que adianta uma piada se o Stanley ou o Leo não estão aqui para contá-la pra gente? Não vai ter graça nenhuma!
Era ele de novo. Enchendo o saco da turma, com seu mau humor.
_Desaparece daqui, ô gangorra!
O pior é que o chato nunca se manca. Ele se acha um bom papo e uma ótima companhia.
O Osvaldo Montenegro, em uma de suas músicas, declara que todo chato é bonzinho e que você o reconhece quando, ao ser educado, diz para ele: _Passa lá em casa! E ele passa! Pergunta como ele tem passado e ele explica!
E ele continua ali cutucando a gente e falando tão de perto que você sente seu hálito e é atingido continuamente pelos pertigotos lançados junto com comentários inadequados.
E para surpresa geral, agora é ele, o chato, que começa a contar uma piada sem graça, que leu na besteiroteca do blog do Váscoli, e quando termina, ri sozinho e ainda pergunta, com ar de superioridade, já que ninguém riu.
_Não entenderam. E fica dizendo, _Hein? _Hein? Enquanto acerta o fígado de quem está ao seu lado com os cotovelos.
_Sai fora, ô desmancha rodinha!
_Calma, tenha um pouco de paciência, diz alguém. Ele é chato, mas até que é bonzinho!
Ta vendo como o Osvaldo tinha razão? Os chatos se multiplicam porque são tratados com indulgência. É uma praga que encontra um terreno fértil na compaixão humana. Estão por todo o lado, inclusive atrás de você. E passam a mão na sua bunda.
_Eu vou dar um pau nesse cara!
Mas quando você se vira ele já está do outro lado importunando outra pessoa com seu imenso repertório de chatices. Puxa a cueca de um, oferece cigarros que explodem, joga bolinhas de papel no decote das mulheres e puxa a cadeira quando alguém vai se sentar.
No fundo ele é um solitário que se diverte com as pequenas tragédias que provoca. Precisa das pessoas para compor as personagens de sua insípida cena diária. Comanda um pequeno show de humor onde ele é, a um tempo, diretor, ator e platéia. E como ele adora aplaudir a si mesmo!
Às vezes suas gracinhas passam do limite do tolerável e quando você ameaça esganá-lo com as próprias mãos, um amigo intercede e diz:
_Tenha paciência, podia ser pior!
_Impossível!
_Outro dia ele me convidou para assistir ao DVD do casamento dele!
_Eca!!!!!!!!!!
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